Sob o feitiço da Lua – Extinct no Coliseu

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O ambiente fora do Coliseu era ameno, aliás nunca me deixa de surpreender a ordem que emana entre o mais rebelde dos metaleiros, que ironicamente contrasta com a fama que temos.

E como se diz no ditado, mudam-se os tempos… dei por mim a observar que se no “meu tempo” abundava os cigarros… hoje a abundancia são os mesmos, mesmo que electrónicos…modernices. Adiante e saudosismos à parte que a noite é de extinta renovação, lá fui esperando para entrar e rever os “Reis das Trevas”…que numa bizarra sintonia se anunciavam mesmo de frente a um outro cartaz…este do Principezinho.

artigo-moonspell_coliseu_27032015-2A abertura conforme anunciada, deu-se ao bater das 20 badaladas e se quando entrei
estranhei o vazio da sala, aos poucos ela foi-se compondo de uma forma rítmica até encher a arena, as laterais e alguns dos camarotes… Mais que merecidos para aqueles que lançam “feitiços à lua”.

A surpresa conhecida da noite foi a primeira a entrar em palco, os Bizarra Locomotiva, convidados especiais no Coliseu, nesta que é a comemoração dos 23 anos de carreira de Moonspell, não deixam ninguém indiferente.

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Aliás, e eu falo por mim, tenho sempre a sensação de que os estou a ver pela primeira vez. Rui Sidónio é um animal em palco, a sua forma “sexual” de envolver o público deixa-nos sempre de respiração sustida e garganta arranhada de tanto gritar com ele, cada um dos seus temas, como foi o caso de Anjo Exilado, com a entrada de Fernando Ribeiro que me deixou com a sensação que provavelmente não ia conseguir falar no dia a seguir. Vale a pena ver Rui em palco, a sua energia deixa cada um dos membros do público sem folego e em êxtase com a sensação de querer sempre um pouco mais.

O reportório que se ouviu nos 30 minutos de actuação esteve em redor do novo álbum Mortuário, com temas como Na Febre de Ícaro, tendo o seu término com o Escaravelho do álbum Bestiário.

Houve ainda tempo, para aquela que é já a marca registada de Rui Sidónio, que é a invasão do vocalista à plateia… que se repetiu por três vezes.

artigo-moonspell_coliseu_27032015-4A banda que se seguiu foi a banda grega de Symphonic Death Metal, Septicflesh,não conhecia e do pouco que ouvi antes de me deslocar ao Coliseu não me apresentavam elevadas expectativas. Infelizmente foi o que de facto se veio a concretizar, embora a banda tenha momentos de grande harmonia e de variantes interessantes entre o metal pesado e o mais sinfónico, a verdade é que a comunicação que existiu entre eles e o público não se fizeram sentir.

A actuação contou com temas do álbum novo Titan, como Dracul, passando pelo álbum Great Mass, com o tema Great Mass of Death. Fomos ainda presenteados com Anubis, esta com uma especial dedicação a Moonspell e ao público presente, mas a inactividade em palco, assim como o constante virar costas ao público, foi criando um diminuir acentuado de energia que acabou por se sentir no alívio quando a última música Prometheus foi tocada.

artigo-moonspell_coliseu_27032015-3Depois de findada a última nota a ansiedade cresceu em flecha e teve a sua apoteose com a entrada em palco de cada um dos tão esperados membros de Moonspell.

20 anos de carreira e concerto no Coliseu só podia ter criado o espectáculo que criou de comunhão, sintonia e total entrega, tanto da banda como do público. Por esta altura o Coliseu apresentava já uma plateia que se não esgotada teria orgulhado a realeza que a tantos espectáculos assistiu entre aquelas paredes. E melhor não poderia ser já que na noite de 27 de Março no 16º concerto da Tournée de Extinct estavam no palco os Reis da Noite… Os senhores do Dark Metal.

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O Concerto abriu ao som de Breath e seguiu com o homónimo do álbum Extinct, prosseguindo com Nigth Eternal e aqui deu-se a primeira paragem com o Fernando a falar das expectativas da banda para a noite do Coliseu… expectativas que neste caso em nada saíram goradas já que o público que os segue nestes 23 anos se mantém fiel aos sempre renovados e surpreendentes Moonspell.

Como a noite exigia regressou-se a 1996 com Opium até a segunda surpresa da noite, esta sim inesperada com a participação em Raven Claws da vocalista Mariangela Demurtas dos italianos Tristania com uma voz magnifica e uma presença gigantesca.

A segunda supressa deu-se com a reentrada de Rui Sidónio em palco para o dueto com Fernando no tema “Em nome do medo” e a energia atingiu a escala, que se manteve com Vampiria que em termos visuais foi arrebatador.

Seguiu-se a homenagem mais que emocionante ao álbum Wolfheart, que também comemora 20 anos de existência, com temas como Ataegina onde se viu o primeiro crowd surfing da noite, terminando com a tão nossa Alma Mater.

No regresso ao palco da banda tivemos ainda tempo para ouvir mais três temas:

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Wolfshade, Mephisto, terminado com Full Moon Madness, com os votos de Fernando de nos mantermos “sob o feitiço da lua”… feitiço esse que se estendeu à participação de Fernando na bateria junto com Mike.

Uma palavra para descrever o concerto? Orgasmico…

Um desejo? Um botão de rewien que permitisse voltar no tempo para puder usufruir de novo da magnífica noite de sexta.

Terminamos com uma palavra a promotora Everthing is New pelo seu profissionalismo e pontualidade o que permitiu usufruir do concerto sem quebras nem longas esperas.

A Moonspell o nosso obrigada pela noite memorável e a promessa de nos mantermos sempre “sob o feitiço da lua” ao som de boas músicas.

Voltem em breve!

\m/

 

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2 Responses to Sob o feitiço da Lua – Extinct no Coliseu

  1. David says:

    “20 anos de carreira de Moonspell” ? Os Moonspell fazem 23 anos de carreira o Wolfheart é que faz 20.

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    • loudnessmag says:

      Boa tarde,
      Obrigado pelo reparo, afinal todos erramos. Já tinha sido identificado e prontamente rectificado. Obrigado no entanto 🙂
      Com os melhores cumprimentos,
      Loudness Magazine

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